Historicamente, a escravidão persistiu como
principal forma de trabalho no Brasil, durante o período em que o
país foi colônia de Portugal e no período de pós
independência. Durante mais de 300 anos, o trabalho escravo
permaneceu como base da economia brasileira, sendo abolido em 13
de maio de 1888 através da Lei Áurea, assinada pela Princesa Isabel.
Mesmo extinta a escravidão, o governo não
planejou e nem criou formas para promover a inserção social do negro:
ele permaneceu marginalizado. Apesar de constituir a maior parcela da
população, o negro permaneceu sem ser reconhecido como cidadão.
Raras vezes pôde ter acesso à educação e, consequentemente,
arranjar um bom emprego e então ter condições de adquirir uma
moradia segura. Mas, principalmente, continuou sofrendo com o
preconceito étnico, o que pode justificar a violência que a
população negra sofre no Brasil, como vem sendo noticiado atualmente.
Trazendo o problema para a era contemporânea, a
violência étnica existe e é fortalecida por uma parcela da sociedade
brasileira e mundial. No Brasil, isso fica evidente em fatos do
cotidiano: há
uma grande diferença no que diz respeito à distribuição de segurança entre brancos e negros.
uma grande diferença no que diz respeito à distribuição de segurança entre brancos e negros.
O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada) realizou uma pesquisa que explicita que a população negra
é mais violentada no Brasil. Comprovou-se que, a cada três
assassinatos no país, dois deles são de negros. Além disso, obteve-se
o dado de que a possibilidade de um adolescente negro ser
vítima de homicídio no Brasil é 3,7 vezes maior do que um branco.
O estudo do professor Sérgio Adorno, diretor da
FFLCH USP, que consta no 4º Boletim de Análise Político-Institucional
do Ipea, ressalta que há uma criação de estereótipo racista. O
professor diz que, apesar de não existirem dados que comprovem que os
negros cometam mais crimes que os brancos, é a população negra
que sofre a maior vigilância por parte da polícia, além disso, é a
mais propensa a sofrer punições.
Mesmo sabendo-se que é dever do Estado fornecer
segurança aos cidadãos, independentemente de suas características
físicas, é ele quem mais dissemina a seletividade racial: negros são
as maiores vítimas de agressões policiais.
Outro estudo realizado pelo Ipea afirma: “O negro
é duplamente discriminado no Brasil, por sua situação
socioeconômica e por sua cor de pele. Tais discriminações combinadas
podem explicar a maior prevalência de homicídios de negros em
relação ao resto da população”.
O genocídio de jovens negros, com idade entre 15
e 24 anos, vem ganhando espaço na mídia recentemente. Com a alegação
de manterem a ordem, muitos são os grupos que se
autointitulam “justiceiros” e julgam-se no direito de punir jovens,
muitas vezes negros, que supostamente cometeram atos ilícitos.
Em contrapartida, grupos do movimento negro, e
outros a favor dos direitos humanos dão voz a essa luta contra o
preconceito e a violência étnica.
Fonte: http://www2.eca.usp.br/
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