Um estratagema eficiente que os
políticos-executivos, de maneira geral, utilizam para manter os apoiadores sob
controle é a FOLHA DE PAGAMENTO. Os cargos em comissão ou confiança, as funções
gratificadas, os contratos temporários (e outros) elevam a submissão do
contratado ao grau máximo.
Após a contratação, o indivíduo
fica obrigado a defender o benfeitor sob qualquer circunstância. As defesas públicas
e os elogios nas redes sociais, com compartilhamentos até de pintura de
meio-fio, determinam o tamanho da subserviência. A bajulação é uma das condições
básicas para quem depende do emprego público arranjado (sem concurso).
O sujeito dependente torna-se marionete
e é, facilmente, manipulado, pois é com o pequeno salário que sustenta a
família, paga as contas e tem um mínimo de dignidade. Nessa condição não
questiona se o governante é nepótico, se a súcia de picaretas enriquece de
forma ilícita ou se a roubalheira é abonada pelo poder legislativo. Fecham-se
os olhos e ouvidos para erros e atos de corrupção porque a sobrevivência é
condição sine qua non.
Além disso, o indivíduo perde a
rédea do voto sendo obrigado a seguir os candidatos da “liderança” sem nenhum
tipo de resistência (voto de cabresto). Em certos casos, o submisso pode até
ser competente no desempenho da função, mas a necessidade de manter-se “bem
visto” aos olhos do gestor e seus cupinchas o torna vulnerável, subordinável e acrítico,
pois sabe-se que quem está no poder é inimigo mortal do sujeito analítico.
Observa-se uma estranha “continuação”
das práticas coronelistas, implantadas no Brasil da República Velha. E, apesar
do tempo transcorrido, das mudanças nos contornos democráticos e legais, infelizmente,
essa realidade ainda sobrevive (ao seu modo), principalmente, nos pequenos e
médios municípios brasileiros: Coelho Neto, Duque Bacelar e Afonso Cunha servem
para exemplo. E, aparentemente, por mais democrata que o político se mostre, nos
bastidores a realidade é outra: quem critica perde o contrato ou não ganha.
Imagem da internet
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