Ninguém
sabe o tamanho do sofrimento de uma mãe, de um pai, de um filho, quando uma
tragédia chega, quando a morte bate à porta. Imaginamos, dizemos: oh! Dor
grande, quanto sofrimento! Mas, ninguém sabe a real dimensão do sofrer, da
angústia, do vazio, da dor profunda, da solidão, da tristeza, da infelicidade.
Tudo
se fecha, falta ar, não se raciocina; à vontade de morrer sufoca às entranhas.
Surge uma necessidade desesperada de nos apegarmos a algo que não é
plausível. Depois vem a morte da
esperança, quando vemos que é verdade o que está acontecendo, quando
descobrimos que não é um sonho.
Até que Chega a vontade de xingar Deus.
Passamos a culpar o Criador pelo nosso infortúnio. Imaginamos que Ele podia ter
impedido a tragédia, mas não fez nada, ficou lá no trono deixando tudo
acontecer. O culpamos pela vida estraçalhada e sem sentido que levaremos a
partir do ocorrido. Nada mais faz sentido, tudo se perde no vazio de um coração
que se imagina ter deixado de amar e de perdoar.
Aos
poucos, com o tempo-que ameniza a dor, mas não cura a ferida- vamos nos
acostumando com a ausência da pessoa querida; a diferença entre acostumar e
aceitar é de anos-luz.
Mas,
o pior está por vir. Nos primeiros dias pensamos que tudo será superado e
passamos a acreditar que o acontecido foi obra do destino, que foi Deus que
queria a nossa pessoa amada ao seu lado. Ledo engano! Aí, a solidão bate mais
forte que nunca, o desespero volta à tona e, pronto: o sofrimento, a dor, a revolta e a
angústia voltam a tomar conta de nossa vida. E nunca mais paramos
de sofrer. É assim!
A
tragédia se abateu, ontem, sobre a família de Dona Maria da Dôres, residente na
Rua Y, Bairro Sarney. Ela perdeu o marido, Toinho e o filho Juniel , de 9 anos.
A terceira vítima, o filho Ricardo, está hospitalizado (e com muita fé torcemos
para que sobreviva). A dor de Dona Das dores, que nunca mais vai passar, só ela
sabe o tamanho. O que nos resta é lamentar e de, alguma forma, tentar aliviar
essa dor sem fim.
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