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sábado, 8 de fevereiro de 2014

QUANDO A TRAGÉDIA BATE EM NOSSA PORTA E ENTRA

Ninguém sabe o tamanho do sofrimento de uma mãe, de um pai, de um filho, quando uma tragédia chega, quando a morte bate à porta. Imaginamos, dizemos: oh! Dor grande, quanto sofrimento! Mas, ninguém sabe a real dimensão do sofrer, da angústia, do vazio, da dor profunda, da solidão, da tristeza, da infelicidade.

Tudo se fecha, falta ar, não se raciocina; à vontade de morrer sufoca às entranhas. Surge uma necessidade desesperada de nos apegarmos a algo que não é plausível.  Depois vem a morte da esperança, quando vemos que é verdade o que está acontecendo, quando descobrimos que não é um sonho.

 Até que Chega a vontade de xingar Deus. Passamos a culpar o Criador pelo nosso infortúnio. Imaginamos que Ele podia ter impedido a tragédia, mas não fez nada, ficou lá no trono deixando tudo acontecer. O culpamos pela vida estraçalhada e sem sentido que levaremos a partir do ocorrido. Nada mais faz sentido, tudo se perde no vazio de um coração que se imagina ter deixado de amar e de perdoar.

Aos poucos, com o tempo-que ameniza a dor, mas não cura a ferida- vamos nos acostumando com a ausência da pessoa querida; a diferença entre acostumar e aceitar é de anos-luz.

Mas, o pior está por vir. Nos primeiros dias pensamos que tudo será superado e passamos a acreditar que o acontecido foi obra do destino, que foi Deus que queria a nossa pessoa amada ao seu lado. Ledo engano! Aí, a solidão bate mais forte que nunca, o desespero volta à tona e, pronto: o sofrimento, a dor, a revolta e a angústia voltam a tomar conta de nossa vida. E nunca mais paramos de sofrer. É assim!

A tragédia se abateu, ontem, sobre a família de Dona Maria da Dôres, residente na Rua Y, Bairro Sarney. Ela perdeu o marido, Toinho e o filho Juniel , de 9 anos. A terceira vítima, o filho Ricardo, está hospitalizado (e com muita fé torcemos para que sobreviva). A dor de Dona Das dores, que nunca mais vai passar, só ela sabe o tamanho. O que nos resta é lamentar e de, alguma forma, tentar aliviar essa dor sem fim.

  

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