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quinta-feira, 21 de abril de 2016

NA HORA DA MORTE

NA HORA DA MORTE
    Carlos Machado

Sonhei partindo para outro plano
Enquanto estava no ataúde
Percebi lágrimas escorrendo em faces sofridas
Olhei minha mãe
Vi “amigos” sorrindo
Apostavam sobre o destino de minha alma
A vida passa em segundos na memória
Como um flash de brilho instantâneo
Morri- tudo acabou e peguei-me a meditar
Como são poucos os que nos amam
E,  quão pouco amamos a quem nos estima
Quantas demasias
Quantas asneiras
Quantos atos tresloucados
Quantas falsidades e egoísmos
Sonegadores de direitos
Egocêntricos costumasses
Etnocêntricos julgadores
Rimos da desgraça alheia
Sem abalar a consciência
Usurpamos sonhos
Não valorizamos a quem amamos
Sem preocupação com a lei do retorno
Somos tolos
A língua, pedaço de carne estúpida
Quanto ferimento causa
Não temos causa, temos lado- o nosso
Individualistas, usamos a hipocrisia como arma
A consciência dói quando morremos
Os lamentos refletem um arrependimento tardio
Tarde demais para reparar erros
E perceber que poderia ter feito direito
Acordei...




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