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sábado, 22 de agosto de 2020

HÁ 78 ANOS, O BRASIL DECLARAVA GUERRA AOS PAÍSES DO EIXO

 

O Brasil ainda digeria as medidas centralizadoras do Estado Novo quando a Segunda Guerra Mundial eclodiu na Europa, em 1939. O país tentava dar os primeiros passos no caminho da industrialização e mantinha relações comerciais importantes tanto com a Alemanha quanto com os Estados Unidos.

A neutralidade no conflito também deixava o governo de Getúlio Vargas numa posição confortável para barganhar seus interesses, e o presidente viu ali uma boa oportunidade para executar seus projetos mais ambiciosos.

Um deles era obter financiamento para modernizar e reequipar as Forças Armadas, consolidando assim o apoio militar a seu governo. Outro objetivo de Getúlio era angariar recursos para construir a Companhia Siderúrgica Nacional, inaugurando uma nova fase de desenvolvimento no País.

O jogo duplo, no entanto, não seria tão simples. Apesar da identificação do Estado Novo com os regimes totalitaristas europeus, uma série de acordos diplomáticos deixava o Brasil cada vez mais alinhado com os americanos. Em 1940, a Conferência de Havana determinou que qualquer tentativa contra a integridade das Américas seria tomada como uma agressão a todos os países do continente.

Era a imposição da hegemonia dos Estados Unidos na região, sob o manto dos ideais pan-americanistas. Essa supremacia contaria com um forte plano de influência cultural no Brasil. Foi nessa época, por exemplo, que os Estúdios Disney criaram o personagem Zé Carioca, o papagaio simpático e boa praça que enfatizava a política da boa vizinhança e dava vida à suposta amizade entre brasileiros e americanos.

Em 1941, após o ataque a Pearl Harbour e a entrada dos Estados Unidos na guerra, a pressão tornou-se insustentável. Washington convocou a 3ª Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores das Repúblicas Americanas, realizada no Rio de Janeiro, em janeiro de 1942. Entre as várias resoluções aprovadas no encontro, o Brasil concordou em cortar relações com os países do Eixo.

Cedeu também a uma antiga pressão do presidente americano, Franklin Roosevelt, que queria permissão para usar os portos e bases do Norte e Nordeste brasileiro. Em troca, o Brasil receberia armamentos mais modernos para garantir sua defesa.

Semanas depois do encontro, os U-boats alemães afundaram vários navios brasileiros em nossa costa, provocando uma indignação generalizada da população. Tornara-se inevitável entrar no conflito. Em agosto de 1942, Getúlio declarou guerra aos países do Eixo e, em fevereiro de 1943, encontrou-se com Roosevelt na cidade de Natal.

Lá, discutiram a ideia de criar uma força militar brasileira para participar do conflito. E, assim, Getúlio aprovou a proposta de criação da Força Expedicionária Brasileira (FEB). O País estava a um passo de entrar no maior conflito de todos os tempos.

A reação dos países do Eixo ao alinhamento do Brasil com os Estados Unidos, em janeiro de 1942, foi imediata e violenta. Dezenas de submarinos alemães entraram em nossas águas e afundaram vários navios mercantes brasileiros entre o início de 1942 e o final da guerra. Ao todo, 35 embarcações foram torpedeadas, das quais 26 na costa brasileira e no Caribe. O saldo estimado de mortos chegou a 845 pessoas, entre tripulantes, militares e civis, incluindo mulheres e crianças.

O maior algoz foi o U-507, que levou a pique oito navios brasileiros e dois estrangeiros. Em apenas três dias, ele afundou cinco embarcações, entre elas o Baependi, que levava a bordo 265 pessoas. Os ataques provocaram grande indignação no Brasil, e vários estabelecimentos comerciais de alemães foram destruídos pela população enfurecida.

Os manifestantes pediam uma reação de Getúlio Vargas e exigiam que o País entrasse na guerra ao lado dos aliados. O pedido foi atendido, e o presidente declarou estado de guerra em todo o país no dia 22 de agosto de 1942.

Fonte: AH

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