Fundada no local de uma aldeia indígena, São
Luís guarda até hoje um pouco da história do Brasil em seus enormes
casarões que refletiam o sonho francês de estabelecer uma “França” nos trópicos
(a “França Equinocial”).
Em 1535, quando da divisão do Brasil em capitanias hereditárias, a região de São Luís foi dada pela Coroa a João de
Barros, tesoureiro. Na época ele fundou a cidade de Nazaré,que os historiadores
estimam ser no mesmo local da atual São Luís. Porém, o local era habitado pelos
índios tubinambás da aldeia Upaon-Açu que deram um pouco de dor de cabeça aos
invasores.
Os cerca de 400 índios resistiram à ocupação
portuguesa e Nazaré acabou sendo abandonada. Outro fator que levou ao abandono
de Nazaré foi a dificuldade de acesso.
Mas, em 1612, o francês Daniel La Touche, que era
conhecido como Senhor de La Ravardiére, comandou uma missão para fundar a
“França Equinocial” na região. E desta vez deu certo. Os índios acabaram se
aliando aos franceses e, inclusive, ajudando-os a resistir às primeiras
tentativas portuguesa de retomar o local.
Porém, em 1615 os portugueses conseguem expulsar os
franceses acabando com o sonho da frança tropical, quando Alexandre de Moura
recolocou a região sob domínio português. Mas os franceses deixaram mais do que
lembranças: o nome de São Luís, dado em homenagem ao rei francês Luís XIII, foi
mantido pelos portugueses.
Em 1620 dos açorianos chegaram a São Luís e levaram
consigo as técnicas para cultivo da cana-de-açúcar e da confecção da aguardente que, até a chegada
dos holandeses comandados por Maurício de Nassau, em 1641, seria as únicas
atividades da região. Mas, em 1644 os holandeses são expulsos e a Coroa resolve
criar o Estado do Maranhão e Grão-Pará com o intuito de coibir as invasões ao local.
Em 1682 a criação da Companhia de Comércio do Estado
do Maranhão, e as plantações de cana-de-açúcar, cacau e tabaco
para exportação alavancam a economia da região. Porém, vários conflitos
internos quanto aos impostos e aos modelos de produção levam à Revolta de Beckman. Um conflito de elites que foi o primeiro movimento
de insurreição a acontecer na colônia.
Com a Guerra de Secessão nos EUA, os maranhenses veem ali uma forma de
aumentar suas exportações de algodão para a Inglaterra propiciando a criação da
Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará gerando grande desenvolvimento da
cidade e dos seus portos.
Ainda no século XVII, são realizadas obras de
canalização na cidade e a construção de fontes. São Luís cresce como nunca e
chega a ocupar o lugar de terceira cidade mais populosa do Brasil atrás apenas
de Rio de Janeiro e Salvador.
São várias as manifestações culturais da cidade que
guarda a terceira maior população negra do país. Descendentes dos escravos que
vieram da África, a cultura mantida pelos ludovicenses reflete as
tradições e costumes trazidos por eles e que aos poucos se misturou com a
cultura francesa, portuguesa, holandesa e de tantas quantas foram as bandeiras
a aportar por àquelas terras.
A Festa do Divino, o Bumba-meu-boi, os belíssimos
azulejos e toda a arquitetura da cidade com seus casarões, palácios, teatros e
conventos, garantiram a cidade o título de Capital Brasileira da Cultura de 2009.
Fontes
http://www.cidadeshistoricas.art.br
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