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sexta-feira, 23 de novembro de 2012

AOS LEITORES: VAMOS DE DRUMMOND


Dias de pouca produção no nosso blog. Às vezes o desânimo toma conta da gente por conta do que vem acontecendo no Brasil, nos últimos dias. Cansado de reproduzir tanta coisa ruim: julgamento do caso Bruno, Carlinhos Cachoeira (só se salva a beleza da esposa), assassinatos, violência, corrupção, estupros, política. Cansei!  E, na nossa cidade pouca coisa acontecendo, digo que devesse ser noticiado. Não estamos inertes, somente aguardando algo que, realmente, seja útil para o nosso leitor. Sugeriram, hoje, que escrevesse sobre o ranking das melhores e piores escolas do Maranhão. Pra quê? Não é novidade a decepção das nossas escolas no ENEM. Deixa para outro.  No mais, somente duas coisas boas (pelo menos das que ouvi) estão merecendo minha atenção: a posse de Joaquim Barbosa no STF e o projeto que amplia vantagens para as empregadas domésticas. Os telejornais estão tão repetitivos que dá sono. Os blogs, ah! Prefiro ficar calado. Não quero desmerecer o esforço de “seu ninga”.  Outra coisa, não aguento mais puxa-saquismo (de alguns e a defesa ,nojenta, de outros). Então, minhas queridas e queridos leitores tenham paciência comigo e dêem, sempre, uma acessada. De repente, quem sabe não aparece alguma coisa interessante! Para não passarmos "batido" leia uma obra prima do nosso imortal, inesquecível e sempre presente Carlos Drummond de Andrade.Um forte abraço!

Os Ombros Suportam O Mundo 

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus. 
Tempo de absoluta depuração. 
Tempo em que não se diz mais: meu amor. 
Porque o amor resultou inútil. 
E os olhos não choram. 
E as mãos tecem apenas o rude trabalho. 
E o coração está seco. 

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás. 
Ficaste sozinho, a luz apagou-se, 
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes. 
És todo certeza, já não sabes sofrer. 
E nada esperas de teus amigos. 
Pouco importa venha velhice, que é a velhice? 

Teus ombros suportam o mundo 
e ele não pesa mais que a mão de uma criança. 
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios 
provam apenas que a vida prossegue 
e nem todos se libertaram ainda. 

Alguns, achando bárbaro o espetáculo, 
prefeririam (os delicados) morrer. 
Chegou um tempo em que não adianta morrer. 
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem. 
A vida apenas, sem mistificação.



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