Gosto e sempre posto textos do jornalista Roberto Kenard. A
maneira inteligente de mastigar as palavras de forma clara e objetiva nos faz
digerir com maior facilidade as idéias (dele) e compreender as questões
apresentadas, sempre, de maneira séria e coesa. O post, abaixo, trata da vinda
do ex-deputado, ex-ministro e condenado pelo STF, apontado como o chefe do
mensalão, José Dirceu. Leia-o:
Zé Dirceu veio ao Maranhão e não foi chamado pelo que é.
Prova indiscutível de nossa decadência moral
O petista Zé Dirceu veio ao Maranhão representar a ópera bufa que tem levado a alguns estados brasileiros. Atraiu-me a atenção o tratamento dispensado ao chefe do mensalão. Ora chamavam-no de ex-deputado, ora de ex-ministro, termos que emprestavam ao personagem uma dignidade não condizente.
Dizer ex-deputado é uma daquelas meias-verdades piores do que uma mentira inteira. Parece que Zé Dirceu deixou de ser deputado por vontade própria ou por incompreensão do eleitor. Sabemos que não foi isso o que ocorreu. Zé Dirceu foi cassado, portanto, o tratamento certo seria: “o deputado cassado Zé Dirceu…”.
Ele também não saiu da Casa Civil pela porta da frente. Foi posto para fora do cargo pelo próprio companheiro, então presidente Lula. Fosse inocente e o companheirão (dele) Lula não o dispensaria do cargo. O certo seria: “Zé Dirceu, ministro afastado no governo Lula por causa do escândalo do mensalão, fará em São Luís…”.
Deixaram de lado, inclusive, o fato de Zé Dirceu ter sido condenado pelo Supremo Tribunal Federal, entre outras coisas graves, como chefe de quadrilha. A esse homem, com um currículo estonteante, jornalistas e blogueiros deram tratamento de estadista.
Aí está a miséria moral de nossos tempos. Como já disse alguém, quando as coisas não são chamadas pelo nome, a sociedade encontra-se em decadência.
Blog do Kenard
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